quarta-feira, 18 de julho de 2012




"O tiro que saiu pela culatra"


Acabo de voltar do cemitério onde sepultei meu querido avô, um corinthiano nato que a ulcera o levou embora. Na verdade aos quase 80 ele cumpriu bem a sua missão na Terra, mas você deve se perguntar o que você tem haver com isso, eu vou contar na sequência. Muita gente me pergunta o porque um paulistano como eu ser Fluminense, tudo tem uma explicação e essa sera dada nas linhas a seguir: Vim ao mundo em 1979, meu avô paterno, um argentino que durante anos e anos teve sua barraca de frutas no Mercado Municipal tinha duas paixões; o time do San Lorenzo de Almagro e o Palmeiras. Já por parte de mãe o meu avô foi um corinthiano preto e branco, não perdia um só jogo do seu time. Quis o destino e os 4 maços de cigarro fumados por dia que minha convivência com o avô César fosse pequena, quando tinha dois anos ele foi embora. Porem, a briga para saber o time que o neto ia torcer estava definida uma vez que meu pai nunca foi chegado ao esporte bretão, só que o destino prega peças e nos reservava uma surpresa. Em 13 de maio de 1984, uma tarde de outono reservava a minha pessoa então com 5 anos uma experiência que marca na vida de todo garoto, seria a primeira vez que eu ia a o estádio, para meu outro avô seria a consagração já que em seu intimo sabia que depois dessa experiência sairia de la mais um corinthiano. Lembro que sai com destino ao Morumbi naquela tarde fria todo encapotado, eu e meu avô que no caminho ia falando sobre a paixão pelo futebol, era a primeira vez que saiamos juntos só nós dois, eu ia me divertindo dentro do seu Fusca verde abacate. Ao chegar, o encantamento foi instantâneo, nunca tinha visto tanta gente junto, meu avô estava preocupado se um tal Alfinete ia jogar ou não, preocupava-se também se o seu Corinthians ia pela primeira vez ganhar um campeonato nacional. Como qualquer criança pedia tudo que via oferecerem, era pipoca, amendoim, refrigerante doce, bandeira. Meu avô pão duro (rsrsr) nada me comprava e isso me irritou tanto que no alto dos meus cinco anos tomei uma decisão; ia torcer para o outro time e esse outro time era o Fluminense que vestia verde branco e grená, e por fim esse time naquela tarde fria de outono paulistano venceu o Corinthians do meu querido avô dois a zero, Assis e Tato marcaram os primeiros gols que eu vi ao vivo. Sai de lá com o amor ao Fluminense firme no coração, e meu avo sempre respeitou isso. Viramos parceiros, a ele eu devo todo amor que tenho pelo futebol e a ele eu devo também o amor pelo meu Fluminense. Que descanse, com certeza subiu ao céu feliz, afinal é campeão da Libertadores com o seu amado Corinthians, missão mais que cumprida. Obrigado avô



Francisco Grispino Jr  - botonista do Santos e colunista do Blog "...Vai Pro Gol"  

Um comentário:

  1. Muito legal, essa história...pena que, como diz o título, o tiro saiu pela culatra...

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