"O
tiro que saiu pela culatra"
Acabo
de voltar do cemitério onde sepultei meu querido avô, um corinthiano nato que a
ulcera o levou embora. Na verdade aos quase 80 ele cumpriu bem a sua missão na
Terra, mas você deve se perguntar o que você tem haver com
isso, eu vou contar na sequência. Muita gente me pergunta o
porque um paulistano como eu ser Fluminense, tudo tem uma explicação e
essa sera dada nas linhas a seguir: Vim ao mundo em 1979, meu avô paterno, um
argentino que durante anos e anos teve sua barraca de frutas no Mercado Municipal
tinha duas paixões; o time do San Lorenzo de Almagro e o Palmeiras. Já por
parte de mãe o meu avô foi um corinthiano preto e branco, não perdia um só jogo
do seu time. Quis o destino e os 4 maços de cigarro fumados por dia que minha
convivência com o avô César fosse pequena, quando tinha dois anos ele foi
embora. Porem, a briga para saber o time que o neto ia torcer estava
definida uma vez que meu pai nunca foi chegado ao esporte bretão, só que o
destino prega peças e nos reservava uma surpresa. Em 13 de maio de 1984,
uma tarde de outono reservava a minha pessoa então com 5 anos uma experiência
que marca na vida de todo garoto, seria a primeira vez que eu ia a o estádio,
para meu outro avô seria a consagração já que em seu intimo sabia que depois
dessa experiência sairia de la mais um corinthiano. Lembro que sai com destino
ao Morumbi naquela tarde fria todo encapotado, eu e meu avô que no caminho ia
falando sobre a paixão pelo futebol, era a primeira vez que saiamos juntos só
nós dois, eu ia me divertindo dentro do seu Fusca verde abacate. Ao chegar, o
encantamento foi instantâneo, nunca tinha visto tanta gente junto, meu avô
estava preocupado se um tal Alfinete ia jogar ou não, preocupava-se também se o
seu Corinthians ia pela primeira vez ganhar um campeonato nacional. Como
qualquer criança pedia tudo que via oferecerem, era pipoca, amendoim,
refrigerante doce, bandeira. Meu avô pão duro (rsrsr) nada me comprava e isso
me irritou tanto que no alto dos meus cinco anos tomei uma decisão; ia torcer
para o outro time e esse outro time era o Fluminense que vestia verde branco e
grená, e por fim esse time naquela tarde fria de outono paulistano venceu o
Corinthians do meu querido avô dois a zero, Assis e Tato marcaram os primeiros
gols que eu vi ao vivo. Sai de lá com o amor ao Fluminense firme no coração, e
meu avo sempre respeitou isso. Viramos parceiros, a ele eu
devo todo amor que tenho pelo futebol e a ele eu devo também
o amor pelo meu Fluminense. Que descanse, com certeza subiu
ao céu feliz, afinal é campeão da Libertadores com o seu amado
Corinthians, missão mais que cumprida. Obrigado avô
Francisco Grispino Jr - botonista do
Santos e colunista do Blog "...Vai Pro Gol"
Muito legal, essa história...pena que, como diz o título, o tiro saiu pela culatra...
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